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Filiação de Bolsonaro ao Partido Liberal - Água e óleo se misturam?

  • Foto do escritor: Rodolpho Hoth Hoth
    Rodolpho Hoth Hoth
  • 1 de dez. de 2021
  • 2 min de leitura

O presidente Jair Bolsonaro se filiou hoje (30/11) ao Partido Liberal (PL).

O ato de assinatura da ficha de filiação foi realizado nesta manhã durante uma cerimônia promovida pela legenda.

Sem partido desde 2019, quando saiu do PSL e frustradas as tentativas de criação do partido Aliança pelo Brasil, a filiação a algum partido já existente se tornou condição necessária para concorrer às eleições gerais de 2022.

O aspecto mais comentado do evento foi a baixíssima participação de populares. A tão habitual massa de apoiadores que acompanha o presidente onde quer que ele vá, inclusive no exterior, não compareceu à sua cerimônia de filiação ao PL.

Por outro lado, esperava-se também a presença massiba de apoiadores de Flávia Arruda, Ministra de Bolsonaro e Deputada Federal mais votada de Brasília no último pleito; Ela, sendo a mais proeminente representante do Partido Liberal em Brasília, disparou flyers ao seu eleitorado nas redes sociais anunciando o evento que contou inclusive com trio elétrico pago pelo seu partido (PL).

DUPLA DECEPÇÃO: Nem Bolsonaristas, nem "Arrudistas".

PL DF e apoiadores de Arruda com Camisetas Personalizadas

A baixa adesão por parte dos Bolsonaristas é atribuída ao histório do Partido Liberal, em especial de seus membros envolvidos em escândalos de corrupção, a exemplo do presidente do partido, o ex-deputado federal Valdemar da Costa Neto, preso no escândalo do Mensalão, sem comentar a condenação do esposo da Ministra Flávia Arruda, José Roberto Arruda, preso e cassado por corrupção. José Roberto Arruda, impedido de concorrer, lançou a esposa como candidata.


O movimento traz riscos de parcela do bolsonarismo se sentir traído pelo movimento do presidente e deve ser considerado, sobretudo após o ingresso de Sergio Moro (Podemos) no páreo. O ex-juiz da Lava Jato conta com prestígio de parcela relevante do eleitorado conservador e pode fazer sombra nos planos de reeleição de Bolsonaro.
A eventual construção de uma coalizão com PL, PP e Republicanos, no entanto, não é garantia de que os partidos e suas estruturas estejam fechados com a candidatura de Bolsonaro na prática. (InfoMoney)

Se o PL vai apenas "emprestar" a sigla para Bolsonaro concorrer sem um apoio de fato ou se Bolsonaro pretende, apesar do possível apoio, manter-se distanciado do partido e seus membros, fato é que todas as possibilidades que se apresentam causam estranheza ao eleitorado conservador que, antes de se posicionar, aguarda atônito os próximos movimentos de Jair Messias Bolsonaro.

No âmbito regional, fica também evidente o enfraquecimento do movimento Arruda no Distrito Federal.

Até o momento, uma tese ainda se preserva na prática, Bolsonaro e Flávia Arruda não são miscíveis, é o que diz o termômetro das ruas, ou, no caso, da ausência popular no evento de filiação de hoje.


Rodolpho Hoth dos Reis

Jornalista reg.MTE.n.12674/DF


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