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Com pai desaparecido na Ditadura Militar, Presidente da OAB sofre alfinetada de Bolsonaro.

  • Foto do escritor: Rodolpho Hoth Hoth
    Rodolpho Hoth Hoth
  • 29 de jul. de 2019
  • 3 min de leitura

Bolsonaro troca farpas com o Presidente da OAB.

Se o presidente da OAB quiser saber como o pai desapareceu no período militar, eu conto para ele. (Bolsonaro)

Hoje, segunda-feira, 29 de julho de 2019, Bolsonaro volta a atacar o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, alegando que seu pai, Fernando Santa Cruz, desaparecido durante a ditadura militar, fazia parte do grupo Ação Popular, nas palavras de Bolsonaro, "o mais sanguinário" dos movimentos.

Sobre a proteção dada pela OAB ao advogado de Adélio Bispo, Bolsonaro atirou: "Porque a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de um dos caríssimos advogados? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB? Um dia se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele. Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar e essas conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco e veio desaparecer no Rio de Janeiro — afirmou Bolsonaro.


Ofício do Ministério da Aeronáutica (RPB 655/A2-Comcos), confirmou, após 40 anos de desaparecimento, a prisão de Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira, que há época tinha 26 anos de idade. Diz o ofício: "20 de fevereiro de 1948. Casado. Citado por militantes presos como membro da Ação Popular Marxista-Leninista (APML). Preso em 22 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro. Considerado desaparecido em uma relação feita pelo Comitê Brasileiro de Anistia".


Após rever a família no Rio de Janeiro, Fernando saiu às 16h para encontrar o amigo Eduardo Collier e marcou de ir ao cinema às 18h com sua mulher, Ana Lúcia Valença. Não apareceu. Era sábado de carnaval, e nunca mais se soube de Fernando e Eduardo.

O irmão dele, Marcelo Santa Cruz, teve cassado o direito de estudar no Brasil. Rosalina, irmã mais velha, ficou um ano presa, sofreu um aborto provocado pela violência, por choques elétricos. Mas Marcelo classificou o caso de Fernando como o "mais perverso".


As desavenças não são recentes, em 2016, Felipe, à frente da OAB-Rio, teve a inciativa pedir ao Supremo Tribunal Federal a cassação do mandato de deputado federal de Jair Bolsonaro por "apologia à tortura", quando, Bolsonaro, ainda como Deputado Federal, ao votar pelo impeachment de Dilma Roussef, homenageou Carlos Brilhante Ustra.


Adélio Bispo de Oliveira, o autor da facada contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante a campanha eleitoral no ano passado, foi considerado inimputável por sofrer de transtorno delirante persistente, conforme laudos médicos da defesa do agressor e de peritos escolhidos pela acusação, sendo absolvido e encaminhado para internação por tempo indeterminado se livrando de uma pena que poderia chegar a 20 anos de prisão.

Bolsonaro, quando soube da absolvição, questionou a defesa de Adélio. "Ele foi filiado ao PSOL em 2014. Mais ainda tem uma banca de advogados caros que trabalha para ele até hoje. Dinheiro da onde? Tem muita coisa nebulosa. Se deus quiser, a Polícia Federal nossa vai descobrir essa grande rede que tentou interferir nas eleições do ano passado, tentando me assassinar", finalizou.

Jair Bolsonaro sempre sustentou a hipótese de que o mandante da facada estaria por trás do pagamento dos honorários do advogado que, segundo o presidente, teve os contatos telefônicos protegidos pela OAB.



Rodolpho Hoth Hoth

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